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MARCELO NEVES

O maior vilão do futebol brasileiro: o calendário

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MARCELO NEVES

Entra ano e sai ano a reclamação de dirigentes e jogadores no futebol brasileiro é um só: o calendário. Equipes vencedoras, campeãs e que montam bons elencos recebem em troca a mutilação, jogos encavalados, pouco tempo de trabalho e a bomba sempre estoura no treinador.

Mas antes de falarmos do calendário em si, é preciso antes desmistificar algo que falado em alto e bom som por grandes jornalistas de grandes veículos e principais mesas redondas do país de que os dirigentes assinam o calendário e o regulamento e por isso não pode reclamar depois.

Primeiro que o calendário e o regulamento é feito pela Confederação Brasileira de Futebol sem consultar clubes ou levar em consideração sugestões encaminhadas pelos clubes à entidade máxima do futebol brasileiro. O calendário é imposto de cima pra baixo. Portanto nenhum dirigente “assina calendário” e muito menos aceita o que foi imposto, é algo que vem e pronto.

A montagem do calendário funciona da seguinte forma: a FIFA divulga o seu calendário, depois a Conmebol faz o dela com base no da FIFA, a CBF faz o dela de acordo com as duas entidades, e é justamente aí que começa toda a bagunça no Brasil. Porque aqui temos os estaduais onde a CBF destina 16 datas para os estaduais que nunca são afetados pelas datas FIFA.

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A FIFA divulgou o calendário atual em março de 2023 e com datas já marcadas até a Copa do Mundo de 2030, ou seja, temos datas já marcadas por duas Copas do Mundo, inclusive com o Mundial de Clubes do ano que vem. A CBF mesmo tendo esse conhecimento consegue encavalar jogos, não respeitar descanso dos atletas que são convocados e causa o que estamos vendo agora com as partidas de volta da Copa do Brasil.

Agora temos Vasco e Corinthians reclamando da mudança de datas dos jogos pós data FIFA em que podem enfrentar Atletico-MG e Flamengo desfalcados por terem jogadores convocados e não terão seus atletas em tempo de jogar e sem descanso. E a dupla Corinthians e Vasco não estão errados. Como também não estão errados a dupla Atlético-MG e Flamengo por pedirem a mudança da data.

A única errada de toda essa história é CBF e Federações que não conseguem diminuir datas de um estadual deficitário, sem atrativo nenhum e que atrapalhe toda a temporada dos times que são vencedores e precisam passar por essas aberrações no futebol brasileiro.

A criação de uma liga resolveria essa questão por aqui, mas os clubes pensam apenas nos próprios umbigos, não conseguem sentar em uma mesa para chegar em um consenso e melhora um produto em que todos eles possam ganhar ainda mais dinheiro. Mas o problema de termos clubes endividados, que aumentam suas dívidas para contratarem jogador sem condição de pagar, de dar calotes em clubes que brigam diretamente no mesmo campeonato faz com que assinem contratos duvidosos para conseguir um dinheiro rápido, sem pensar nas consequências futuras para poderem dar resposta ao torcedor e ganhar um campeonato sabendo que pode se prejudicar futuramente, como ocorreu com o Cruzeiro.

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Vários clubes já encaminharam sugestões para melhorar o calendário e diminuir prejuízos dos clubes, mas a CBF precisa atender os interesses de federações estaduais que são quem elegem o presidente da CBF e, que sem os grandes clubes não tiram o dinheiro que precisam tirar pra fazer média com clubes pequenos deficitários em estaduais que ninguém mais tem interesse de acompanhar.

O futebol mudou, as exigências mudaram, o produto mudou, mas os desmandos e a desorganização da CBF continuam intactas e continuarão assim sabe-se lá até quando. Não há santo nessa história, mas todos tem um vilão em comum: a Confederação Brasileira de Futebol.

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MARCELO NEVES

A Bola de Ouro da discórdia

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Antes de mais nada o Rodri não tem culpa de ter sido escolhido o vencedor da Bola de Oura da revista France Football. Aliás, ele nem teve uma temporada que justificasse ter sido escolhido, enfim.

Quando o prêmio foi instituído pela revista em 1956, apenas jogadores europeus recebiam o prêmio e apenas em 1995 essa condição foi alterada quando o liberiano George Weah, do Milan, foi o vencedor da Bola de Ouro. Portanto é um prêmio feito por europeus para europeus.

Durante os anos tivemos algumas injustiças como no ano de 2013 em que o francês Ribery foi o principal jogador do Bayern de Munique, vencedor da tríplice coroa, viu o prêmio parar nas mãos de Cristiano Ronaldo do Real Madrid. Podemos lembrar também do tão falado prêmio entregue para Lionel Messi no ano passado.

Mas este ano, na temporada que começou em agosto de 2023 e terminou em julho deste ano, ninguém no mundo jogou mais do que Vinicius Júnior, nenhum jogador foi tão impactante nos principais títulos de suas equipes quanto foi Vini Jr. Se o Real Madrid venceu mais uma Champions League é graças ao que fez o jogador brasileiro na fase final na competição.

Para se ter uma ideia do absurdo que é o prêmio ter parado nas mãos do Rodri, ele não foi o melhor jogador do Manchester City, não foi o melhor jogador da Premier League, não foi o melhor jogador da sua seleção, apesar de terem dado o prêmio de melhor jogador da Eurocopa também de forma injusta. Por falar em Premier League, ela premia o melhor jogador do mês durante a temporada, e Rodri não foi eleito em nenhum mês de disputa da competição.

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Então por que cargas d’água ele foi eleito o melhor jogador do mundo na eleição feita pela revista France Football? Teve quem justificasse que Vini Júnior não foi bem na Copa América. Dez entre dez europeus nem sabem quem foi o vencedor da Copa América, e se fosse utilizar a competição como peso para o prêmio, o argentino Lautaro Martinez foi o melhor jogador da competição, artilheiro e campeão italiano e muito mais importante para seu time do que Rodri no Manchester City.

A revista francesa elege 30 jogadores e encaminha essa lista para 100 jornalistas dos 100 países melhores ranqueados pela FIFA e com isso define três critérios para que sejam pontuados pelos julgadores. Os critérios são: títulos, impacto do jogador nos títulos e comportamento.

A verdade é que Vinicius Júnior não é aquilo que o europeu quer, um jogador animador de plateia que se curva para o que fazem com ele, que não conteste, que não se vire contra os atos criminosos sofrido e que aceite tudo de forma calado. Eles não gostam de suas provocações, eles não gostam quando ele para um jogo e bate de frente com racistas, eles não gostam que um negro sul-americano se levante e bata de frente contra o europeu colonizador.

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Vini repete o que fez Muhammad Ali quando se converteu ao islamismo e foi atuante na luta contra o racismo na década de 60 e se recusou em ir para a guerra do Vietnã sendo preso e tendo seus títulos retirados por conta disso. Vini bate de frente e por isso mesmo não será vencedor de nenhum título individual.

Siga bailando, ganhando, lutando e batendo de frente, faça tudo dez vezes mais até eles estarem preparados para tudo isso. Você não precisa de um troféu para ser o melhor do mundo. Pelé em seu auge também não foi premiado pela revista francesa, portanto, Vini, continue sendo o melhor do mundo e reconhecido por todos amantes do futebol.

 

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