MARCELO NEVES
O AprenDINIZ
MARCELO NEVES

Desde que foi anunciado como técnico interino da seleção e ainda quando era cogitado para o cargo, eu sempre disse que o Diniz não tinha jeito para ser técnico de uma seleção, não por não ter capacidade para isso, longe disso, mas pelo estilo e ideia de jogo que necessitam de um dia a dia mais frequente.
Ver o seu time jogar quando sua ideia já está implementada é bonito de se ver, mas para que esse tipo de jogo funcione na seleção é necessário que os jogadores já estejam adaptados à essa ideia e que, principalmente o trabalho seja intensamente repetitivo.
Diniz tem um estilo único de fazer seu time jogar, é algo que não se enquadra como posicional ou funcional, é algo hibrido e que depende muito da intuição de cada jogador e de um entendimento que necessita da conexão de entendimento de toda a equipe.
E aqui não é nenhum tipo de demérito dele, é algo peculiar e único do Diniz, mas que o faz ser um técnico mais de clube do que de seleção. Isso quer dizer que ele nunca terá sucesso dirigindo uma seleção? Óbvio que não é isso, ele pode ter sucesso até mesmo neste curto período com a seleção brasileira. O quero dizer é que nem muito ao céu, como foi após a partida contra a Bolívia, e nem muito ao inferno como no empate com a Venezuela.
Na partida contra Venezuela ficou claro o que acontece até mesmo com o Fluminense quando enfrenta equipes que recuam e fecham setores onde o Diniz concentra suas jogadas, e se até no clube ele tem dificuldades de encarar jogos assim, imagina na seleção onde teve apenas quatro dias para treinar. Diniz está aprendendo a ser técnico de seleção, são três jogos até aqui, e precisar entender que seu estilo único de jogar não é necessário para um seleção.
Tentar emular as triangulações feitas no clube na seleção não dão certo, uma que o estilo dos jogadores são diferentes, Vinicius Júnior e Rodrygo não são Keno e Arias, no Fluminense ele tem dois ótimos operários, na seleção ele tem duas joias em técnica e habilidades, que além de jogarem juntos, possuem no clube uma forma diferente de atuar. Richarlison não é o Cano e Neymar não é o Ganso. Portanto na seleção o Diniz tem que aprender com o que tem nas mãos e se adaptar ao estilo deles. Os clubes na Europa jogam um futebol diferente daquilo que pensa o Diniz, e justamente por isso ele é único, mas na seleção ele precisará ser mais “comum”.
E tudo isso é um processo de aprendizado tanto do Diniz quanto dos jogadores convocados por ele, e sim, a seleção irá jogar mal como jogou contra a Venezuela e poderá jogar bem como contra a Bolívia, resta saber como jogará contra a seleção do Uruguai fora de casa.
Este é um momento de transição, que pode ser para a entrega do comando para Ancelotti ou até mesmo para a continuidade do trabalho de Fernando Diniz, que precisará ser um aprendiz da vivência da seleção para que volua cada vez mais como o bom profissional que é.

MARCELO NEVES
Patinho feio? Não, é apenas um Dourado Valente

Todos os anos antes de iniciar a disputa do Campeonato Brasileiro da Série A, o Cuiabá é sempre apontado pela mídia especializada como um dos candidatos a ser rebaixado. Este ano não foi diferente, inclusive entre a própria imprensa local o Dourado era visto de canto de olho e como potencial candidato à descer para a Série B.
Na edição de 2023 o favoritismo para o descenso então foi enorme, afinal de contas e após muito tempo, a Série A teria todos os chamados grandes na mesma edição, e óbvio, os patinhos feios e não frequentadores deste seleto grupo é quem seria “convidado” a se retirar da elite.
Sempre fui otimista em relação ao campeonato que o Cuiabá faria nesta temporada, não apenas por ser uma torcida ou apenas um ufanista pelo futebol local, mas por entender que o elenco montado era o mais forte e equilibrado que o Auriverde teria nestes três anos de participação na Série A, e entendia que, ainda na gestão Ivo Vieira o que faltava era um encaixe das peças para que o time pudesse produzir.
A volta do António Oliveira também foi cercada de desconfiança por parte da imprensa local, afinal de contas a passagem dele pelo Coritiba tinha sido ruim e somado com o trabalho do ano passado pelo Cuiabá a certeza de um rebaixamento era quase unanime. Mas eu continuava acreditando em uma campanha sem sustos do Dourado.
Um encaixe defensivo, um meio campo sólido e um atacante que passou a entregar gols foi a receita para que o time começasse a alçar voos mais altos nesta competição e incomodar os grandes times deste campeonato. Desde a chegada do Oliveira, o Cuiabá tem um aproveitamento de 66,7%. Algo que o deixaria como vice líder do campeonato caso tivesse esse mesmo aproveitamento desde o início. Isso sem falar que tem a segunda melhor campanha como visitante, atrás apenas por um ponto do líder Botafogo.
Outro motivo para esse crescimento do Cuiabá na competição é a confiança. Hoje os jogadores do Dourado tentam jogadas mais arriscadas, não tem medo de tentar chutes de média e longa distância, partem para o drible, algo que até então era impensável por faltar a confiança em si próprio. Hoje o Cuiabá é uma equipe que passa confiança para seu torcedor seja contra quem for o adversário.
Conseguir vitórias importantes e impactantes como foi a última contra o Flamengo marca a trajetória da equipe e faz com que ela passe a ser vista com outros olhos, por mais que alguns ainda o enxerguem como o patinho feio da competição e que esse momento é apenas algo passageiro.
Algo que eu sempre disse é que para uma equipe emergente se consolidar na Série A precisa se manter viva por três temporadas consecutivas, o Cuiabá está conseguindo isso e em se mantendo passará a ser vista como um time de Elite, e tudo caminha para isso. Melhoria na estrutura física do clube, gestão, bons salários, pagamentos em dia e investimentos altos em termos do tamanho do clube fazem do Cuiabá um dos grandes entre os emergentes.
Dentro do clube e nas palavras do técnico António Oliveira, a postura e os objetivos continuam sendo os mesmos, fugir do rebaixamento, este é o principal objetivo do Cuiabá, mas a partir do momento que este objetivo seja alcançado, a mira passa a ser a classificação para uma Sudamericana ou quem sabe até uma Libertadores, por que não?
Que a mídia continue tratando o Cuiabá como um patinho feio, e lá na frente irão ver o tamanho que é esse Dourado e quanto será difícil fisgar esse peixe.
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