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MARCELO NEVES

O que acontece com a seleção brasileira?

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MARCELO NEVES

O Brasil perdeu sua quarta partida em oito jogos das Eliminatórias para a Copa de 2026, a primeira sob o comando do técnico Dorival Júnior. A seleção mostrou um desempenho até mais baixo que aquele apresentado na Copa América quando foi eliminado nas quartas de final.

E aí vem a seguinte pergunta: o que acontece com a seleção brasileira que não consegue mostrar um futebol de qualidade? Seria uma geração de jogadores fracos? Baixo nível técnico dos treinadores brasileiros? A péssima gestão da CBF sob o comando do presidente Ednaldo Rodrigues? Ou tudo isso em apenas um caldeirão?

Uma das tantas críticas que tenho ouvido é sobre a seleção ter uma geração ruim. quem não se lembra da tão criticada Era Dunga pós Copa de 90 que quatro anos depois venceu o tetra e chegou em mais uma final de Copa em 1998? Como pode a geração atual ser ruim se estamos prestes a ter um jogador brasileiro ser eleito o melhor do mundo mais uma vez? Como pode a geração ser chamada de ruim se boa parte dos jogadores desta seleção são os principais destaques de seus clubes?

Então qual o problema?

Olhando apenas para dentro do campo, vejo um esquema tático que não funciona e que acaba por deixar os jogadores engessados em suas posições, sem aproximação dos companheiros e muito vulnerável no meio de campo. Você não pode pegar jogadores como Vini Jr e Rodrygo e isolar ambos nas laterais tendo que encarar dois ou três marcadores sem nenhuma aproximação de um companheiro. Eles irão sempre levar desvantagens e ouviremos as críticas que não rendem na seleção o que rendem no clube.

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E esse discurso começou a ganhar força, principalmente na fala do narrador Luís Roberto após a derrota e do comentarista Caio Ribeiro. Começa a ter um ar de perseguição ao Vini Jr e alguns outros jogadores da seleção. Falaram tanto de que a seleção precisava ser renovada e que hoje mais de 70% dos convocados para a última data FIFA não estiveram na Copa do Mundo de 2022, então temos uma renovação. Reclamam tanto da atual geração, mas ninguém questiona os jogadores convocados pelo simples fato de serem os melhor nomes atualmente.

Então qual é o problema?

Outra grande bobagem que ouvimos é que “a CBF escala a seleção”. Volto a repetir, quem os amigos leitores mudariam na atual seleção? Quem dos últimos convocados não merecia estar lá e quem foi injustiçado de não estar na lista?

Vini Jr, Rodrygo, Endrick, Estevão, Paquetá, André, Luís Henrique, Pedro; alguém não levaria para seleção estes jogadores? Se o Dorival não convoca estes jogadores qual seria a reação da torcida e da imprensa em geral? Então começamos a chegar na conclusão que o problema não são apenas os jogadores, mas sim como são utilizados na seleção.

Então o problema é o Dorival Jr? Em parte sim, mas não só ele. Dorival chegou ao seu décimo jogo comandando a seleção brasileira e conheceu sua primeira derrota. Teve um bom tempo durante a Copa América para treinar e a seleção não mostrou evolução, mas isso passa justamente pelo momento de renovação e transição do comando técnico. Vamos lembrar que o seu estilo de pensar futebol é totalmente diferente do Fernando Diniz que esteve a frente da seleção em 2023. Precisa o Dorival ter uma visão mais ampla do esquema tático, entender como pode utilizar os jogadores na seleção da forma que atuam em seus clubes, ver mais jogos e acompanhar os treinos destes jogadores na Europa e não só no Brasil e desta forma ir moldando a seleção para que ela s torne mais coletiva e menos individualista. Deixar de depender de jogador A ou B e depender mais do coletivo.

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E aqui entramos no principal problema do futebol brasileiro que afeta a seleção, o comando da CBF. Tite ainda em fevereiro de 2022 disse que após a Copa do Catar deixaria o comando da seleção e a CBF nada fez para buscar um novo treinador e fazer uma transição de comando. Apostou em um acerto com Carlo Ancelotti do Real Madrid que jamais se concretizou. Colocou um técnico interino que tinha um estilo antagônico do então futuro treinador que jamais veio. E tirou o interino pelo então “melhor técnico do momento”.

O que acontece na seleção principal também acontece nas seleções de base. Fiasco nos mundiais sub-17 e sub-20, não se classificou para as Olimpíadas de Paris, não tem treinadores efetivos nas categorias de base e não tem um trabalho de formação e continuidade dos treinadores dentro das seleções.

O problema da seleção é muito mais amplo do que geração ruim, treinador fraco ou falta de vontade e raça como muitos cegos insistem em afirmar. O problema está em toda a estrutura do futebol brasileiro e se não houver uma união de todos que comandam não só a CBF, mas também os clubes, viveremos sempre o Dia da Marmota em cada derrota e fiasco da Seleção Brasileira.

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MARCELO NEVES

A Bola de Ouro da discórdia

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Antes de mais nada o Rodri não tem culpa de ter sido escolhido o vencedor da Bola de Oura da revista France Football. Aliás, ele nem teve uma temporada que justificasse ter sido escolhido, enfim.

Quando o prêmio foi instituído pela revista em 1956, apenas jogadores europeus recebiam o prêmio e apenas em 1995 essa condição foi alterada quando o liberiano George Weah, do Milan, foi o vencedor da Bola de Ouro. Portanto é um prêmio feito por europeus para europeus.

Durante os anos tivemos algumas injustiças como no ano de 2013 em que o francês Ribery foi o principal jogador do Bayern de Munique, vencedor da tríplice coroa, viu o prêmio parar nas mãos de Cristiano Ronaldo do Real Madrid. Podemos lembrar também do tão falado prêmio entregue para Lionel Messi no ano passado.

Mas este ano, na temporada que começou em agosto de 2023 e terminou em julho deste ano, ninguém no mundo jogou mais do que Vinicius Júnior, nenhum jogador foi tão impactante nos principais títulos de suas equipes quanto foi Vini Jr. Se o Real Madrid venceu mais uma Champions League é graças ao que fez o jogador brasileiro na fase final na competição.

Para se ter uma ideia do absurdo que é o prêmio ter parado nas mãos do Rodri, ele não foi o melhor jogador do Manchester City, não foi o melhor jogador da Premier League, não foi o melhor jogador da sua seleção, apesar de terem dado o prêmio de melhor jogador da Eurocopa também de forma injusta. Por falar em Premier League, ela premia o melhor jogador do mês durante a temporada, e Rodri não foi eleito em nenhum mês de disputa da competição.

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Então por que cargas d’água ele foi eleito o melhor jogador do mundo na eleição feita pela revista France Football? Teve quem justificasse que Vini Júnior não foi bem na Copa América. Dez entre dez europeus nem sabem quem foi o vencedor da Copa América, e se fosse utilizar a competição como peso para o prêmio, o argentino Lautaro Martinez foi o melhor jogador da competição, artilheiro e campeão italiano e muito mais importante para seu time do que Rodri no Manchester City.

A revista francesa elege 30 jogadores e encaminha essa lista para 100 jornalistas dos 100 países melhores ranqueados pela FIFA e com isso define três critérios para que sejam pontuados pelos julgadores. Os critérios são: títulos, impacto do jogador nos títulos e comportamento.

A verdade é que Vinicius Júnior não é aquilo que o europeu quer, um jogador animador de plateia que se curva para o que fazem com ele, que não conteste, que não se vire contra os atos criminosos sofrido e que aceite tudo de forma calado. Eles não gostam de suas provocações, eles não gostam quando ele para um jogo e bate de frente com racistas, eles não gostam que um negro sul-americano se levante e bata de frente contra o europeu colonizador.

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Vini repete o que fez Muhammad Ali quando se converteu ao islamismo e foi atuante na luta contra o racismo na década de 60 e se recusou em ir para a guerra do Vietnã sendo preso e tendo seus títulos retirados por conta disso. Vini bate de frente e por isso mesmo não será vencedor de nenhum título individual.

Siga bailando, ganhando, lutando e batendo de frente, faça tudo dez vezes mais até eles estarem preparados para tudo isso. Você não precisa de um troféu para ser o melhor do mundo. Pelé em seu auge também não foi premiado pela revista francesa, portanto, Vini, continue sendo o melhor do mundo e reconhecido por todos amantes do futebol.

 

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