MARCELO NEVES
Uma queda iminente
MARCELO NEVES

O Cuiabá está caminhando a passos largos para a Série B do Campeonato Brasileiro. Uma campanha fraca, com jogadores fracos, uma comissão técnica que não encontra uma saída e uma diretoria inerte ao que vem acontecendo com o futebol do Dourado.
Desde que conseguiu o acesso, o Cuiabá flerta com o rebaixamento e é sempre apontado pela mídia central do país como um dos candidatos ao descenso e sempre provou o contrário e com campanhas regulares conseguia escapar. Teve no ano de 2023 um ano diferente na Série A onde ficou várias partidas sem perder e colecionando vitórias contra os gigantes do futebol brasileiro, tanto na Arena Pantanal quanto fora de seus domínios.
O que tem sido visto neste ano em específico é um time que em casa não consegue vencer ninguém, foi apenas uma vitória em casa neste Brasileiro. Com derrotas em torneios mata-mata dentro de casa para equipes sem tanta tradição e a consequente diminuição do público no estádio.
Até o momento o Cuiabá é o 19º colocado na tabela com 17 pontos em 20 partidas disputadas, um aproveitamento de 28,3% dos pontos conquistados. Restam ao Dourado ainda 18 jogos a serem disputados, ou, 54 pontos. Para que o Cuiabá escape de seu primeiro rebaixamento, precisará fazer ao menos 30 pontos, ou seja, nestes pontos restantes terá que subir seu aproveitamento para 55,5%. Alguém em sã consciência acredita que o Cuiabá, com o elenco atual e com os rumos tomados por sua diretoria e comissão técnica, conseguirá fazer 30 pontos?
Eu não acredito nisso e aí vai um achismo deste humilde escritor: a diretoria já entregou os pontos e já admite internamente o rebaixamento como algo sem volta. Isso porque vem negociando jogadores sem nenhum tipo de esforço para reposição nas posições que está perdendo atletas.
Não ficarei surpreso se por um acaso o técnico Petit continuar no cargo mesmo com mais derrotas e sem nenhum indício de melhora no desempenho da equipe no decorrer dos próximos jogos. Afinal de contas, se para a diretoria o rebaixamento já é algo concreto, trocar de peças neste momento seria um “gasto desnecessário” para o clube.
Uma queda hoje para o Cuiabá representará uma queda de receita enorme. Vamos lembrar que o clube aderiu ao LFU e vendeu 20% dos direitos de transmissão por 50 anos. O novo contrato televisivo passará a ser válido no ano que vem e até o momento não houve por parte do grupo a qual pertence o Cuiabá a venda dos direitos da Série A, muito menos da Série B.
Para ter uma ideia da queda de receita imediata do clube, caso o contrato com a BRAX ainda estivesse em vigor, o Cuiabá receberia pouco mais de 12 milhões de reais em 2025 estando na Série B. Em 2023 a receita com a TV rendeu ao Dourado algo em torno de 103 milhões de reais. Isso sem falar que não teria a cota de participação na Copa Sudamericana no ano que vem.
O prejuízo financeiro será catastrófico ao clube. Pelo lado esportivo o clube que é rebaixado precisa rever o planejamento, afinal de contas terá que remodelar o elenco e se adequar ao patamar de uma Série B. Dispensar jogadores caros, trazer jogadores mais adaptados ao cenário da Série B e, além disso, ver o interesse do torcedor diminuir cada vez mais.
Uma coisa que falta ao clube, e aqui vou citar algo que meu amigo e narrador Dino Portes sempre falou, falta ambição ao clube em trazer jogador grande, de peso para assumir a responsabilidade dentro de campo e atrair torcedor. Quem hoje do elenco, com a exceção do goleiro Walter, faz esse papel? Quem do elenco atual pode ser considerado grande no cenário nacional? Quem do atual elenco coloca medo no adversário?
A folha salarial do Cuiabá não está tão longe das folhas de RedBull Bragantino e do Fortaleza, por exemplo. E por que esses clubes tem desempenho melhores que o Cuiabá? Recentemente as duas equipes estiveram disputando finais de Copa Sudamericana, estão sempre na parte de cima da tabela, disputando Libertadores e com trabalhos longevos de treinadores. qual o modelo do Cuiabá? Qual é a perspectiva do torcedor cuiabanista para o seu clube?
Algo precisa ser feito ainda este ano para tentar salvar o clube do rebaixamento, mas o torcedor não consegue ver isso por parte da diretoria. Então que se comesse o planejamento para o retorno à Série A em 2026.

MARCELO NEVES
A Bola de Ouro da discórdia

Antes de mais nada o Rodri não tem culpa de ter sido escolhido o vencedor da Bola de Oura da revista France Football. Aliás, ele nem teve uma temporada que justificasse ter sido escolhido, enfim.
Quando o prêmio foi instituído pela revista em 1956, apenas jogadores europeus recebiam o prêmio e apenas em 1995 essa condição foi alterada quando o liberiano George Weah, do Milan, foi o vencedor da Bola de Ouro. Portanto é um prêmio feito por europeus para europeus.
Durante os anos tivemos algumas injustiças como no ano de 2013 em que o francês Ribery foi o principal jogador do Bayern de Munique, vencedor da tríplice coroa, viu o prêmio parar nas mãos de Cristiano Ronaldo do Real Madrid. Podemos lembrar também do tão falado prêmio entregue para Lionel Messi no ano passado.
Mas este ano, na temporada que começou em agosto de 2023 e terminou em julho deste ano, ninguém no mundo jogou mais do que Vinicius Júnior, nenhum jogador foi tão impactante nos principais títulos de suas equipes quanto foi Vini Jr. Se o Real Madrid venceu mais uma Champions League é graças ao que fez o jogador brasileiro na fase final na competição.
Para se ter uma ideia do absurdo que é o prêmio ter parado nas mãos do Rodri, ele não foi o melhor jogador do Manchester City, não foi o melhor jogador da Premier League, não foi o melhor jogador da sua seleção, apesar de terem dado o prêmio de melhor jogador da Eurocopa também de forma injusta. Por falar em Premier League, ela premia o melhor jogador do mês durante a temporada, e Rodri não foi eleito em nenhum mês de disputa da competição.
Então por que cargas d’água ele foi eleito o melhor jogador do mundo na eleição feita pela revista France Football? Teve quem justificasse que Vini Júnior não foi bem na Copa América. Dez entre dez europeus nem sabem quem foi o vencedor da Copa América, e se fosse utilizar a competição como peso para o prêmio, o argentino Lautaro Martinez foi o melhor jogador da competição, artilheiro e campeão italiano e muito mais importante para seu time do que Rodri no Manchester City.
A revista francesa elege 30 jogadores e encaminha essa lista para 100 jornalistas dos 100 países melhores ranqueados pela FIFA e com isso define três critérios para que sejam pontuados pelos julgadores. Os critérios são: títulos, impacto do jogador nos títulos e comportamento.
A verdade é que Vinicius Júnior não é aquilo que o europeu quer, um jogador animador de plateia que se curva para o que fazem com ele, que não conteste, que não se vire contra os atos criminosos sofrido e que aceite tudo de forma calado. Eles não gostam de suas provocações, eles não gostam quando ele para um jogo e bate de frente com racistas, eles não gostam que um negro sul-americano se levante e bata de frente contra o europeu colonizador.
Vini repete o que fez Muhammad Ali quando se converteu ao islamismo e foi atuante na luta contra o racismo na década de 60 e se recusou em ir para a guerra do Vietnã sendo preso e tendo seus títulos retirados por conta disso. Vini bate de frente e por isso mesmo não será vencedor de nenhum título individual.
Siga bailando, ganhando, lutando e batendo de frente, faça tudo dez vezes mais até eles estarem preparados para tudo isso. Você não precisa de um troféu para ser o melhor do mundo. Pelé em seu auge também não foi premiado pela revista francesa, portanto, Vini, continue sendo o melhor do mundo e reconhecido por todos amantes do futebol.
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